quinta-feira, 7 de julho de 2011

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

:SOBRE DESPLANTE: ENTRE EL PROCESSO Y LA CONFIGURACIÓN








DESPLANTE é um espetáculo-instalação que se situa num “entre-lugar”: performance, dança, artes visuais e música experimental, onde o corpo e suas ações são imagens produtoras de discursos singulares e performativos. A estréia de Desplante será no dia 19 de janeiro de 2011 na Galeria Subsolo no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA)e fica em temporada até o dia 30 do mesmo mês.

O trabalho parte de um convite/desafio da bailarina flamenca Laura Pacheco para artistas contemporâneos de formações diversificadas, na qual propõem que cada um “traduza”, à sua maneira, o Flamenco - manifestação artística de ciganos andaluzes da Espanha – e que juntos componham artisticamente uma configuração artística a partir da relação entre tradição e contemporaneidade, de modo a deslocar e desestabilizar os moldes convencionais de percepção, criação e relação com o flamenco.

A partir do contato – na maioria das vezes, distante e estranho, outras vezes, um pouco mais próximo com a arte cigana, em geral - emergem traduções culturais singulares, performativas, contemporâneas, e que, acima de tudo, revelam sinceras intensidades no modo de cada um perceber e “traduzir” como esta arte lhe afeta.

Num âmbito onde tradição e contemporaneidade tentam dialogar, emergem tensões próprias de um ambiente transcultural onde as diferenças se dilatam. Diferentes visões de mundo chocam-se e buscam-se dialogar, coexistir, compor coletivamente. Desenham-se sobreposições, ocupam-se espaços intervalares. Um mosaico de interpretações, percepções e afetos entram no fluxo ininterrupto das informações acerca do que é, do que foi ou do que venha a ser o flamenco de/para cada um.

Consenso? Não, não temos a ilusão de alcançá-lo. Somos muito diferentes. Acordos? Sim, isso sim é possível. Cada um com seu olhar, com seu corpo, com sua lógica organizativa constrói e ocupa espaços-tempos possíveis em Desplante. Desplantando-nos, mas sem perdermos o foco, vamos, pouco a pouco, construindo nosso Desplante.


OBS. DESPLANTE, no flamenco, vai além de um mero “passo” de dança - denota uma ação de movimento, um comportamento (de caráter explosivo) que remete a uma ação contrária a que lhe antecede, como uma espécie de distorção ou ainda uma reação à intenção/ação anterior; como se quebrasse alguma “harmonia”. A palavra DESPLANTE, em português, no Brasil, é uma expressão popular que remete a uma ação cotidiana. Seria algo como um “desaforo” ou uma “desfeita". Um DESPLANTE, no flamenco, soa também como algo a ser admirável, na medida em que esta ação significa a afirmação de uma vontade pessoal, de algo que se quer muito, mesmo que para isso seja necessário afirmar-se de forma contrária ao desejo do outro.


DESPLANTE (en espanõl)

Desplante és un espectaculo-instalación que ocupa un “entre-sitios”: performance, danza, artes visuales, música experimental, donde el cuerpo y las acciones són imagenes que produzen discursos singulares y performativos. La estrena del Desplante será en el dia 19 de enero de 2011 en la Galeria Subsolo no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA)y está en temporada hasta el dia 30 del mismo mês.

El trabajo parte de uma invitación/desafio de la bailaora flamenca Laura Pacheco para artistas contemporâneos de formaciones distintas, donde se propone que cada uno “traduzca”, à tu manera, el Flamenco - manifestación artística de gitanos andaluzes de España – y que juntos componem artisticamente una configuración artística a partir deste tema, de manera a deslocar y desestabilizar os modelos convencionais de percepción, criación y de relacción con el flamenco.

A partir del contacto – en la mayor parte, distante, y otras vezes, un poco más íntimo con a arte gitana, de modo general - emergen traduciones culturales singulares, performativas, contemporâneas, y que revelan sinceras intensidades en el modo de cada uno percebir y “traduzir” como esta arte los afecta.

Donde la tradición y la contemporaneidade intentam dialogar, emergem tensiones inerentes de un ambiente transcultural donde las diferencias se dilatan. Diferentes visiones del mondo se rompen u intentan dialogar, coexistir, componer coletivamente. Dibujan-se sobreposiciones, ocupan-se espacios intervalares. Un mosaico de interpretaciones, percepciones y afectos entran en el fluxo ininterrupto de las informaciones acerca de lo que que sea, de lo que fué o de lo que venga a ser el flamenco de/para cada uno.

Consenso? No, no tenemos la ilusión de alcançar-lo. Nosotros somos muy diferentes uno de los otros. Acordos? Si, eso si és possíble. Cada uno com tu mirada, con tu corpo, com tu lógica organizativa constróe y ocupa espacios-tiempos possibles en el Desplante. Desplantando, pero sin perder el foco, vamos, poco a poco, construiendo nuestro Desplante.

OBS. DESPLANTE, en el flamenco, vá además de um “paso” de danza – és uma acción de movimiento, um comportamiento (de característica explosiva) que remete a una acción contrária a la que la antecipa, como um tipo de distorción o una reacción a la intencion/acción anterior; como se rompera una supuesta “harmonia”. La palabra DESPLANTE, en português, en el Brasil, és una expressión popular que remete a una acción cotidiana. Seria algo como un “desaforo” ou una “desfeita". Un DESPLANTE, en el flamenco, suena también como algo a ser admirável, em la medida en que la acción significa una afirmación de una voluntad personal, de algo que se quiere mucho, mismo que para eso sea necessário afirmar-se de forma contrária a el desejo del outro.

obs2. a los amigos que conocen mejor el idioma español que yo, favor ayudarme con mis errores en el idioma...!! lo que me importa es COMUNICAR!! :)

MONTAR, DESMONTAR, REMONTAR, DESPLANTAR















terça-feira, 7 de dezembro de 2010


momento de zoom nas nossas configurações
olhar dentro de um processo - instável no limite
..............daquilo que nos é próprio - a cada um
na deliberada vontade de fazer com a diferença, mas apanhando demais disso

e daquilo que nos é implicado por lidarmos com verba e política pública

quantas agonias....

sábado, 27 de novembro de 2010

DE TEMPOS E CONTRATEMPOS...



PRIMEIRAMENTE, OLÉ PARA A OUSADIA E CORAGEM DOS AMIGOS QUE ESTÃO CONMIGO. ÀS VEZES, AS DIFICULDADES APARECEM COMO OBSTÁCULOS, UM CONTRATEMPO. POR OUTRO LADO, PODEM TAMBÉM REVERBERAR ENQUANTO SINAIS Q NOS EXIGEM UMA FORÇA E PERSPICÁCIA MAIOR PARA DAR CONTA DOS PROCESSOS QUE NÃO TEMOS COMO CONTROLAR, PARA CRIARMOS MAIS ESPAÇO PARA DIÁLOGOS E FLEXIBILIDADES. CRIAREMOS ENTRE TEMPOS E CONTRATEMPOS, ASSIM COMO NO FLAMENCO - E TUDO FARÁ PARTE DE NOSSO BAILE... DE TEMPOS E CONTRATEMPOS...

QUE A SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DA BAHIA NÃO NOS PEÇA PARA PARAR!!! MANIFESTO DESPLANTE, PORQUE NOSSO TRABALHO ARTÍSTICO VALE MAIS DO QUE O PREÇO DE UMA MÁQUINA ESTATAL BUROCRÁTICA E DESORGANIZADA. Y QUE VENGA EL "DESPLANTE" EN EL MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIA, DIA 19 DE ENERO!! NÃO RECUAR E SEGUIR COM FÉ - NEM QUE SEJA A FÉ NO PRÓPRIO PROCESSO DE EVOLUÇÃO DO QUE ACONTECE, NOS ACASOS E CONTRATIEMPOS QUE EMERGEM NO TEMPO.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

MANIFESTO DESPLANTE



Após alguns meses de desatualização do blog, retomamos hoje com a decisão de darmos continuidade ao projeto, mesmo sem a liberação do recurso do estado da bahia, o qual temos direito por se tratar de um projeto aprovado no edital de montagem de espetaculo de 2009 da Fundação Cultural do Estado da Bahia. REdigo aqui um manifesto na tentativa de contar com o apoio da classe artística de Salvador para a realização do projeto.

Salvador, 26 de novembro de 2010
MANIFESTO DESPLANTE

Prezados colegas e profissionais artistas do Estado da Bahia,

DEFLAGRO AQUI UMA CRISE GERAL. Manifesto e compartilho com vocês uma extrema sensação de IMPOTÊNCIA e uma extrema INDIGNAÇÃO com a CONDIÇÃO PÚBLICA E ESTATAL QUE AS POLÍTICAS CULTURAIS DOS EDITAIS DO ESTADO DA BAHIA SUBMETEM O PROJETO: “DESPLANTE” – escrito e idealizado por mim juntamente com a proponente oficial, a criadora-intérprete Isaura Tupiniquim, aprovado pelo edital Yanka Rudska, de montagem de espetáculo em dança de 2009. Não é a primeira vez que essa falta de respeito acontece – já acompanhamos casos de outros colegas da área que atuam aqui em Salvador – mas nosso caso chegou a um IMPASSE DRAMÁTICO.

Recebemos ontem, dia 25 de novembro, a notícia da Secretaria da Cultura (SECULT) de Salvador dizendo que não sabe o que fazer com nosso projeto, pois a Secretaria da Fazenda (SEFAZ) NÃO TEM RECURSOS DISPONÍVEIS!! Essa informação chega para nós como uma bomba, pois esse recurso nos vem sendo prometido DESDE JANEIRO DE 2010, e estamos trabalhando desde o início do ano SEM RECEBER UM RECURSO SEQUER, com os apoios para ensaios na Escola de Dança da UFBA e na Escola Contemporânea de Dança.
O quadro que se esboça é dramático, pois já adiamos a estréia por TRÊS VEZES, assinamos o TAC QUATRO VEZES, TEMOS DATA MARCADA PARA ESTRÉIA DIA 19 DE JANEIRO, além de uma equipe de oito profissionais envolvidos no trabalho coletivo há meses. Fora isso, há um CONTRATO REALIZADO, EM MEU NOME, COM O MUSEU DE ARTE MODERNA DA BAHIA (MAM) – local onde iremos apresentar nosso trabalho - e cuja curadoria, rigorosa e exigente, conta com nossa OCUPAÇÃO do espaço DE 19 A 30 DE JANEIRO DE 2011.

Mediante essa crise instalada e contando com o apoio do MAM (que já está ciente do ocorrido), a equipe do DESPLANTE decidiu que É INVIÁVEL RECUAR E NÃO VAMOS NOS DESMOBILIZAR A CUSTA DE UMA INCOMPETÊNCIA DE ÓRGÃOS PÚBLICOS ESTATAIS DA BAHIA. Caso a questão não se solucione VAMOS INCORPORAR tais fatores “truncados” como uma questão na própria configuração do trabalho artístico como uma DENÚNCIA DE UM PROCESSO EM QUE O DESRESPEITO DOS ÓRGAOS PÚBLICOS DE FOMENTO COMPROMETEM O PRÓPRIO SENTIDO DE FOMENTO ÀS INICIATIVAS ARTÍSTICAS NESTE ESTADO.

Estamos ainda chocados e mobilizando diversas instâncias jurídicas e políticas para tentar encontrar ainda uma SOLUÇÃO JUSTA. De qualquer maneira, fica aqui o DESABAFO E O PEDIDO DE APOIO da classe, mediante as estratégias que formos encontrando - seja nas intervenções políticas mais diretas no processo burocrático, seja de grupos, coletivos artísticos, amigos e colegas que possam contribuir na execução do projeto com apoio em equipamento técnico de luz, som, divulgação, seja em contatos que viabilizem apoios em gráficas, etc.

POSSO PARECER IDEOLÓGICA, MAS A NOSSA ARTE, NOSSO TRABALHO E O QUE MOBILIZA NOSSOS CORPOS ENQUANTO PROFISSIONAIS DA ARTE QUE ATUAM NUM PAÍS COMO O BRASIL NÃO PODEM SER MEDIDOS PELO PREÇO DA INCOMPETÊNCIA E DA INJUSTIÇA DE UMA MÁQUINA ESTATAL MAL ADMINISTRADA.

**OBS. DESPLANTE é uma ação de movimento da dança flamenca que significa uma ação contrária a outra que predominava, algo que soa também como uma atitude de desvio, uma distorção, ou até mesmo desaforo, coragem, ousadia - entendido assim também no nosso português. Por ironia, quem nos fez o DESPLANTE foi a própria política pública que nos fez acreditar nesse projeto: uma ampla DISTORÇÃO de valores políticos, culturais, éticos, administrativos da política pública cultural. Respondemos a eles também numa atitude de DESPLANTE - com a ousadia e o desaforo de seguir, honrar nossos compromissos, mesmo sem as condições necessárias, ideais e justas as quais nós artistas, merecemos. Mas com a coragem de não aceitar que uma política injusta como essa nos cale e nem nos quebre as pernas. SEGUIREMOS CAMINHANDO - E SE PRECISO, SAPATEANDO EM ALTO E BOM TOM: EM DESPLANTE. olé.

Atenciosamente,
Laura Pacheco
Diretora-geral do projeto DESPLANTE

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Palestra: A construção de imagens em dança e performance: corpo flamenco e contemporaneidade




No próximo sábado, dia 28, 'as 12h, darei uma palestra no Festival Internacional de Flamenco de São José dos Campos (SP). O tema da palestra refere-se a processos de criação artística em dança flamenca em cruzamento com outras linguagens como a performance, a dança contemporânea e as artes visuais. Nessa ocasião, terei a oportunidade de estimular a reflexão de práticas e experimentos artísticos contemporâneos que partem do flamenco e passam por uma espécie de processo de "tradução" no campo das artes, resultando em discursos singulares do corpo que dança e performa. Trabalhos de alguns performers contemporâneos que dialogam com o flamenco como Israel Galván, Pilar Albarracín e Yalda Yunes servem de referência para se pensar como se dão esses processos de tradução cultural no campo das artes tradicionais e contemporâneas.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

e segue a tela a se projetar...



após a imersão no flamenco tradicional através de "Dialogos", voltamos ao nosso processo de experimentação mais autoral no "Desplante". e assumimos uma vontade que tinha de explicitar o processo comunicacional como uma das grandes questoes desse trabalho. como o flamenco (ou os flamencos) é (são) acessado(s)? são inúmeras as possbilidades e cada um, a sua maneira, vai fazendo a sua leitura de flamenco... com seu repertório próprio, suas referências culturais, espaciais, estéticas... no contexto atual, passamos para experimentações mais performáticas mesmo, partindo para a relação com objetos, texturas, impressões... como também para os recursos "low tec" que possibilitam trazer o processo comunicacional, as imagens de vídeo, computador, webcam, pendrive, fotografias, textos digitados na tela... todos esses elementos que possam revelar nossas escritas performativas e singulares como uma questão entre as articulações das diferenças que temos entre nós e a utilizacao de equipamentos de comunicacao como replicadores dessa informacao... , sao maneiras diferentes de acessar e (re)transmitir as informacoes culturais desse amplo universo chamado flamenco e seguir o fluxo desse processo comucacional... e segue a tela a se projetar... a ver lo que passa...!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

home movies de Man Ray

http://www.ubu.com/film/ray_home-movies-23.html

segunda-feira, 26 de julho de 2010

"DIÁLOGOS" COM "DESPLANTE"



a vinda do bailarino miguel alonso para salvador tem sido bastante enriquecedora para fazermos a IMERSÃO FLAMENCA. essa semana será ainda mais, pois, paralelo ao Desplante, eu e miguel estamos fazendo uma mega mobilização com profissionais de flamenco de Salvador para apresentarmos um espetáculo flamenco (flamenco mesmo, o tradicional) no Teatro Vila Velha no próximo dia 01 de agosto. o bom disso para o DESPLANTE é que meus parceiros de trabalho do Desplante vão poder acompanhar os ensaios e assistir como se operam os tantos elementos num trabalho de flamenco tradicional: guitarra flamenca, cante, violino, cajón, palmas, enfim... tudo "como manda o figurino" - coisa que eles ainda não tiveram a oportunidade de ver nem de participar... aos poucos, a imersão vai inflando nosso processo... a ver lo que pasa...

domingo, 25 de julho de 2010

quarta-feira, 21 de julho de 2010

RESIDENCIA ARTÍSTICA DE FLAMENCO COM MIGUEL ALONSO



Começamos essa semana nossa residência artística de flamenco com o bailaor cubano Miguel Alonso, grande "bailaor" flamenco e professor residente no Brasil atualmente (SP). A vinda do Miguel para Salvador tem sido de extrema importância para o projeto Desplante. Como ele é o professor com que eu aprendi flamenco e por ele tenho muita admiração e respeito, decidimos convidá-lo para essa parceria com o projeto Desplante. Trocamos algumas idéias sobre o projeto e sobre flamenco e começamos as aulas, experimentando no corpo as diversas nuances e estados corporais que alguns princípios de movimentos de flamenco nos provocam, estudando as linhas do flamenco, posturas, intenções, etc. Mesmo sabendo que a ideia do nosso espetáculo está longe de um flamenco tradicional, consideramos ser importante criamos um diálogo com a tradição, pensando nas diferentes leituras que cada um pode fazer com "seu olhar" flamenco num contexto contemporâneo.

Para aproveitarmos a vinda de Miguel Alonso para cá e incentivar o estudo dessa dança e o aprimoramento profissional dos que se interessam por flamenco em Salvador, criamos três workshops de flamenco para profissionais da área e alunos. E ainda: eu e miguel decidimos convidar/mobilizar todos os profissionais de flamenco de Salvador para participar de um espetáculo nosso, q acontecerá no teatro Vila Velha no dia 01 de agosto. É uma maneira de estarmos investindo também em formação de público e de estar proporcionando até mesmo para artistas em geral (inclusive os do projeto Desplante) a oportunidade de verem uma juerga bem flamenca, com direito a baile, cante, guitarra, cajón y todo!! OLÉ! VAMO YA!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

segunda-feira, 5 de julho de 2010

continuidade intensa: reflexões sobre...

A gota d’ água evocada por Bibi Ferreira... E “Basta um dia” para uma nova possibilidade de conexão tão intensa como a energia que envolve o universo flamenco e a interpretação da atriz, da obra de Chico...

Um Desplante dos paradigmas estéticos que explode/alarga o trânsito entre as linguagens.

Fico pensando sobre a intensidade do corpo flamenco dos cantes mais sofridos em caras bocas “facas” e dores horrores... Nas circunstâncias que encontramos esse estado de corpo nas situações da vida nos dramas da vida, tão bem disposto nos filmes de Almodóvar. E chego imediatamente à tragédia: da morte do boi e o êxtase do toureiro, a Tauromaquia o espetáculo.

Vermelho sangue!

O limiar entre profunda dor e alegria eufórica poderia sugerir uma dramaturgia de movimento para investigação do Desplante? Penso na voz e no trabalho do ator, nos barracos armados entre os moradores do Pelourinho ao som de Roberto Carlos. Lembro-me também de “Encarnado” espetáculo da Lia Rodrigues que atinge o ápice expressionista do grito na vermelhidão enjoativa do catchup. Ou Hooman Sharifi que extrapola as possibilidades narrativas do gesto em “Deus existe a mãe está presente, mas eles não se importam mais”.

Reflexos de imagens que emergem como referenciais possíveis para configurar no trabalho, estados de corpo denso/ intenso.

reflexões do processo

O experimento até então, parecia se encontrar no lugar de incidência da diferença pela semelhança ou regras do jogo, trabalhava as especificidades discursivas de cada corpo com as mesmas ações, sugerindo espacialidades pré-estabelecidas e “acordos cênicos” imprevisíveis. Com a mudança dessas regras na investigação, o processo recaiu sobre estratégias compositivas que acionam principalmente princípios coreográficos de cada corpo, sem, no entanto deixar de lado aquele jeito de organizar que prevê a contaminação ou o “mesmo movimento” para todos.


Essa narrativa criada pela relação dos corpos no espaço configura performances performativas geradas pelo encontro da diversidade simbólica de cada corpo cultura. Dessa forma, articular os discursos dos corpos sobre o infinito particular do flamenco e confluir essas diferentes estratégias num só trabalho requer acordos cuidadosos durante todas as composições cênicas.

Refletindo sobre o leque de probabilidades que o cruzamento entre as linguagens que a dança e a performance oferecem, acredito haver nesse trabalho uma abertura para estados explosivos, dilatados, silenciosos, continuamente densos mesmo que vibrantes. E diante do andamento do processo, do recorte dado a cada corpo, proponho um debruçar redobrado na vivencia do instante que implode / explode a excitação do desplante, e após o enfrentamento com o chão... o choro o cante o grito... o oléeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.

presente de aniversário: wagner schwartz! :)

hoje, 5 de julho, bem no dia do meu aniversario (!), torno público algo que considero um "presente" que nós do Desplante ganhamos: a presença (virtual) de Wagner Schwartz em nossas reflexões sobre o processo de Desplante. Wagner é um artista contemporâneo, um performer brasileiro extremamente sensível e que admiramos muuuuito (!) - e que, láááááá da França, vem contribuindo com seu modo sutil, sincero e direto, com provocações, sugestões, apoios, questionamentos.

http://www.wagnerschwartz.com/
http://wagnerschwartz.blogspot.com/
(desculpem, mais ainda não tô conseguindo postar endereço da net aqui como hiperlink...)

até então nossa parceria estava se dando via email - eu, Laura, e ele, Wagner. entretanto, decidimos tornar essa conversa pública e penso que o blog é um lugar bacana para estarmos compartilhando alguns de nossos assuntos com outros interessados - afinal, acho bastante rica as contribuições que Wagner vem dando e que merece que outras pessoas leiam. como todo processo de arte contemporânea, não sabemos a configuração final que o projeto irá tomar, por isso, não tenho a pretensão de esconder eventuais dificuldades que emergem no processo.

agradeço muitíssimo ao wagner pelo "alimento" que vem dando ao nosso processo - e espero que essa parceria continue cada vez mais próspera!
bjo grande, laura pacheco

obs. COMPARTILHO AQUI O ÚLTIMO EMAIL Q RECEBI DELE. AOS POUCOS, VOU POSTANDO OUTROS.

De: Wagner Schwartz
Assunto: 27 de junho
Para: "Laura Pacheco"
Data: Segunda-feira, 28 de Junho de 2010, 2:34

laura querida, tudo bem?

ando vendo seu blogue.
a coisa está tomando um corpo inquieto,
literatura comparada, mas que não se restringe
à dicotomias.

acho que começo a ver que o "flamenco"
ou "pensar flamenco em um outro local"
tem também um tanto de inconformação
que ajuda a visualizar uma identidade,
e até um porém subjetivo.

acho "desplante" muito bom.
uma palavra só que abriga um monte de outras,
um monte de outros territórios e, também,
você (o signo mais importante).

acho que essa facilidade que você tem de escrever,
deve te ajudar a criar a dramaturgia de seu trabalho.
você consegue traduzir, laura, isso é muito importante.

talvez, a tradução seja a questão. e você está construindo
seu próprio método. uma forma de manter-se-em-casa
agindo também no mundo.

DESPLANTE = SATURAÇÃO
(dois movimentos de força)

você citou no resumo que fez do filme:
"um estrangeiro não acolhido"
a dança flamenca, é uma estrangeira
acolhida?

quarta-feira, 30 de junho de 2010

AINDA SOBRE ONTEM NA SALA DE DANÇA DA UFBA

tangência no piso: circulo e linha - escape e contenção


a apresentação na UFBA foi para mim uma experiência muito instigadora, carregada de um sentimento de privilégio, distinção de uma intimidade consentida em momento transitório, de exposição extrema – e a dificuldade que percebi de encontrar o tom para colocar questões sobre o produto e o processo


a surpresa de reconhecer os temas, perceber que há uma revelação e que algo está sendo dito com clareza: tem um tempo transformador das ações que se alternam e se conectam, remetendo gradualmente às imagens percebidas e perseguidas nas discussões, nas referências, nas associações elaboradas a partir daquele universo delimitado em arena, confronto, escape, transição e deslocamento



entendo a relutância de ceder à narrativa, pelo que esta restringe a complexidade, leva ao entendimento fácil, simplificado, dicotomizando sutilezas, porém há um discurso consistente que se conformou no processo e foi delicioso entender o idioma deste discurso no experimento apresentado por laura, isaura e tiago

se uma narrativa pode ser a redução de um discurso, a sobreposição de diversas narrativas estabelece um campo de possibilidades de associações que permitem atribuir novas complexidades para a experiência – e penso que isso emergiu no experimento apresentado... sutilmente



para mim as associações são desencadeadas no que a cacá chama de agenciamentos: processos ativados por dispositivos disponibilizados para um certo “manuseio”, estações com entradas para deslimites, rupturas com o simples aparente - a narrativa estrutural (ou central) – permeada e constituída por meio de ações simultâneas: áudio, construção, vídeo, texto, luz, cenário, dança contemporânea, etc, para que possamos ver, ouvir, sentir, prever, narrar, lembrar, comparar, se perder e achar

pensamos na disponibilização de “estações” diferentes de áudio naquela noite, mas lembro que já tínhamos cogitado fazer isso com a luz, imagem, texto e som, como lugares de interferências propiciadas com certos limites de alcance e abrangência, abrindo e complexificando a ideia de narrativa

os números de circo são ótima metáfora se pensarmos uma certa simultaneidade deles, seus encadeamentos e dispositivos agenciadores compartilhados a partir de uma centralidade - aí sim narrativa – que permeia a todos, configura o discurso, traduz os idiomas


a constituição de um personagem narrador - que pode ser um ou vários intérpretes alternados, mas que também pode ser ocasionalmente o mateus, cacá, eu, outros – e o próprio tempo da narrativa – que pode ser anterior, durante ou posterior as ações

laura, isaura e tiago instauraram um estado de inquietação com seu experimento corporal e conseguiram deslocar o que vinha sendo formulado para um estado outro do processo





terça-feira, 29 de junho de 2010

Sobre ontem na sala de dança da ufba (21/06)::

entre as cadeiras e a tensão – no sentido provocador - presente na nossa discussão
sobre impressões e pressões de nosso processo

pra mim esclareceu alguns aspectos relativos às nossas possibilidades de “agenciamento” – essa inclusive foi uma palavra dita ontem

e assim os percebi no caminhar, havia uma apreensividade
e em mim também senti esta apreensividade

Chegamos em casa e a embriaguez do álcool e da fumaça
nos ajudou a insistir no processo,
Manter-se nele e falar despretensiosamente sobre tais im-pressões
E a idéia de despretensão persistiu em mim

Do que pouco sei das nossas configurações, insisto agora na pergunta que nos fiz ontem
O que nós queremos fazer com isso?
Me parece que fugimos dos esquemas categóricos e classificatórios, mas estamos diante da decisão de um processo que nos arremessará dentro, fora, ou onde quer que seja no campo das classificações....

E quando falo de despretensão penso num desapego também,
Não há nenhum apego quando descrevo a imagem de um espaço pra vocês no MAM,
Como entendo que não há nenhum apego com as propostas que vimos ontem
São possibilidades que saem do campo da abstração e tentam um sítense

Despretensiosamente é que me encorajei a escrever estas idéias soltas, na confiança de que a confusão e os desencontros entre nós, são potências
aí vão, sem medo nem apreensão, assumindo o risco do erro, da idéia fora do círculo do COMPASSO.....
Na reverberação desse compasso em vocês é que vou perceber a tangencia ou o luto destas idéias

pessoalmente me interessa a possibilidade da performance
Ainda que saiba do meu desconhecimento sobre o tema, sou verde verde

Fico tentando visualizar ações de deslocamento, que não se dão pelo traçado de uma trajetória, mas pelo manter-se num lugar e deslocar algo dentro dele, ainda numa abstração: deslocar o flamenco

Ando pensando no clichê circense dos números, vocês lembram disso?
O espetáculo do circo é composto por números

No nosso deslocamento:
Diferentes números apresentados de forma a criar circuitos guiados por “narrativas” disponíveis em diferentes “canais de mídia” que são fones de ouvidos


Um número:
Um “espantalho” saturado pelas iconografias flamencas
Um iconoclasta chifrudo de pé de bota pesada e militar martelada com prego, cartas de baralho e penetas forjando uma cabeleira, velas saindo pelas extremidades e queimando o plástico da peneta e do baralho


um objeto
óculos cujas lentes são os olhos mágicos em que vemos uma multidão nos olhando
o que vemos é o que nos olha
bem no ímpeto da arena
do olhar panóptico às avessas
do olhar como coerção numa exposição absolutamente desconfortante

uma televisão

e uma caixa de música desafinada abre e fecha abre e fecha


Imaginamos – eu pedro e laura embriagados
objetos
Um circuito de narrativas em fones de ouvido
E um espaço absolutamente silencioso

E diante da contrariedade da narrativa sobre a qual falamos ontem
É que pensamos em embriagá-la
Fazer uma dobra nela mesma
Lembrei de um trabalho do tiago, em que a narrativa de um espaço é que o configurava

Agora preparando pra queimar fogos de são joão.....

Deixo um beijo enorme
Pra dizer que ando aprendendo muito nesse processo e que a nossa diferença precisa nos inspirar num movimento de calma, espreita e emoção

segunda-feira, 28 de junho de 2010

. “dancei como manda o figurino”, mas minhas inquietações não acabaram.


cacá, sua observação crítica/poética na postagem anterior, a respeito do meu “show" de flamenco no Instituto Cervante no dia da comemoração do idioma espanhol foi bastante instigante para mim. há um ano e meio eu não me permitia dançar mais flamenco do modo tradicional, como ele é feito... confesso q andava (e ainda ando) meio em crise com essa história.. talvez pela excessiva contaminação pela amplitude de liberdade de criação da dança contemporânea, as questões do mestrado, a arte contemporânea, a arte e a filosofia, a dança e a performatividade, e a política, e a estética, e os estudos pós-colonialistas.. etc, etc, e tal, e tal, e tal...

mas confesso que simplesmente poder dançar como faz a tradição naquele contexto de festa espanhola me fez bem... - mesmo colocando a flor na cabeça, a saia, o sapato, o brinco grande, o "panuelo", a batom vermelho e toda a "parafernália flamenca" que muitas vezes me incomoda justamente pela questão do estereótipo e da simplificação da percepção do que venha a ser esse corpo flamenco por uma imagem padrão...

sinto que transito entre a estrangeiridade e a familiaridade dessa prática. “dancei como manda o figurino”, mas minhas inquietações não acabaram. por isso, destaco essa frase de seu texto:

"o disfarce virou legítimo sentido para aquele flamenco/São tantos (...)"

ela me traz várias questões como, por exemplo:

"como pode um disfarce se tornar legítimo?" não sei ainda explicar, mas compreendo. fica aqui esta questão para o nosso processo. penso que, definitivamente, não podemos ignorá-la. afinal, são tantos flamencos...

sábado, 19 de junho de 2010

DESCONFIO DE IMPRESSÕES


o esteriótipo


o cânone, :: onde a festa caricata de celebração à língua, mais uma expressão patriótica “Ooooole ao espanhol”

O tango incomodou alguns que reinvidicavam uma legítima festa espanhola

E Cônsul argentino

As serpentinas escorriam e rangiam o papel crepon desbotado pela água e empoçado no piso do estacionamento

E Cônsul espanhol

O categórico e fulminante da patada do tablado

Flamenca

E da tradição linguaruda, da bronca diante do desrespeito

Flor na nuca

Fez bonito e o disfarce virou legítimo sentido para aquele flamenco

São tantos e até tango flamenco

E cônsul celebra

E nós também

Olé olé.....

terça-feira, 8 de junho de 2010

FLAMENCO E BUTÔ - 1





esta é a primeira postagem de várias que pretendo fazer sobre aproximações q percebo entre flamenco e butô.

a primeira vez que percebi essa aproximação entre flamenco e butô foi no trabalho do bailaor Israel Galvan no espetáculo “Este final de estado de cosas”. depois, aqui em salvador, tive a sorte de conhecer o trabalho do dançarino japonês de butô Tadashi Endo no festival Viva Dança – que por sinal, é incrível... um dos trabalhos artísticos mais sensíveis que já vi.

ao perceber esses cruzamentos entre butô e flamenco, eu, Isaura e Tiago fomos investigar mais a fundo o butô com o Tadashi Endo em uma oficina em São Luis do Maranhão, no festival Conexão Dança.

observei alguns pontos em comum entre a corporalidade flamenca e a alguns padrões de movimento no trabalho de butô de Tadashi Endo como a DILATAÇÃO DO TEMPO ATRAVÉS DO MOVIMENTO + DENSIDADE E A OSCILAÇÃO ENTRE A FLUIDEZ E RUPTURA, por meio de movimentos bruscos e rápidos...
no trabalho dele, percebe-se algo que oscila entre a fluidez e a ruptura brusca de movimento, criando um efeito “STACCATO”, algo q transita entre a densidade e a suspensão... vejo isso no flamenco também.

essa dilatação podemos comparar ao “AIRE” flamenco ou alguma marcação de letras de baile jondos. já a idéia de RUPTURA associo a quebra de uma linearidade coreográfica através de uma outra partitura pela aceleração da velocidade do movimento. isso podemos encontrar no flamenco por algumas partituras de sapateados como os “REMATES” E os “RECORTES"...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

com aire



existe uma palavra específica do vocabulário flamenco que é "aire" - (aire, em espanhol = ar, em português). associo o "aire" flamenco a um certo despojamento do corpo nômade... estamos agora investigando povos ciganos, não somente andaluzes (de onde vem o flamenco), mas também povos ciganos brasileiros, indianos, argelinos..

assistimos o filme TARABATARA do qual Isaura fala na postagem anterior (sobre uma comunidade cigana no sertão de alagoas) que tem o depoimento de uma cigana que diz: "me sinto mal com o ar de um lugar só." lembro da idéia de nomadismo que estamos discutindo... dessa situação meio errante, meio deriva... desse viver-ir com o fluxo... esse estado-fluxo parece deixar o corpo mais ventilado, mais arejado, mais flutuante... talvez assim eu esteja compreendendo melhor o que é o “aire" flamenco - que é o que todo bailaor flamenco procura num baile. é um grande mérito um bailaor que tenha "aire". a sensação de flutuar, “flotar”, inflar, enquanto dança.. estar em estado de suspensão... isso é o "aire", para mim.

talvez por isso eu goste tanto da cidade de salvador: das cidades que conheço é a que mais venta... por ironia do destino ou não, só na bahia pude entender o que é o "aire flamenco"...

TARABATARA

Sinopse
essa semana assistimos ao filme Tarabatara. lembro dessa frase de uma das ciganas que fala no filme:
"Por que é que eu nunca morei definitivamente num setor só? Porque eu me sinto mal. Me sinto mal com o ar de um lugar só". Tarabatara é um chamado ao cotidiano e aos encantos de uma família cigana do sertão de Alagoas. O documentário apreende momentos de um período de pausa no nomadismo desses ciganos. Na figura do mais velho e suas memórias, nas mulheres e crianças do grupo, com suas falas e gestos, com seus olhares e afazeres.

genêro:documentário
diretor:julia zakia

http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=8703

terça-feira, 1 de junho de 2010

imagem-tempo




que diferença há entre as paredes antigas de sao luis do maranhão e as paredes antigas de andaluzia?..

gosto das densidades das paredes dos centros históricos. do antigo que se atualiza, do mal acabado que sobrevive, do reboco, do remendo, da fissura, das camadas e sobreposições. adaptações ao tempo que resta, que passa, que urge e que se imprime num corpo urbano. assim, pelas paredes fissuradas, tateio as tradições...

domingo, 30 de maio de 2010

mam-ba: retrospectiva videobrasil + exposição 'êxtase'. marco paulo rolla.




> p/ alimentar: videoarte + performance + artes plásticas

pessoal,
vamo junto? uma boa para investigarmos nosso processos imagéticos/audiovisuais:
retrospectiva de trabalhos premiados do videobrasil no mam (29/05 a 17/06!
e 31/05, abertura da exposição do performer mineiro marco paulo rolla. vamo colá lá!

http://www.mam.ba.gov.br/?page_id=1650
http://www.videobrasil.org.br/blog/

GLAMOUR E APOSTA

KHAMSA –filme exibido na mostra

O roteiro que desmonta a idéia em mim de CIGANOS, povos genéricos e nômades

numa história de desgaste e violência do GLAMOUR em nem sei o que? Deixo a APOSTA

EssaS palavraS que descem a avenida 7 e sobem a carlos gomes às poucas das madrugadas....

Tragos e luz.....

Desmonta o nomadismo andante de rodas no bagageiro, guitarra e cordas na música e nas casas e FIXA nuns traillers suburbanos....

Acampamento e aposta, um tipo de fixidez violenta, que espreita a cidade e faz esconderijo, seus arredores,

quando entra e move-se, o faz veloz numa mobilete e violenta ela e ele,

ela - cidade - pistas em garupas ladroeiras;

ele, criança pequena embedida em álcool e rinhas, de galo e canivetes

tragadas em duros secos e amargos goles

rum e cerveja que escorrem pelos cantos da boca

judiam em caretas

e fazem o vômito bater na boca e rojar pela janela e trailler

ali o canti faz só a cobra aprisonada, o rato refém, o galo sonho de vitória, a velha moribunda e a criança órfã

estou tragada e triste por este triller

falemos com cuidado sobre eles, que são tão outros e em nada os conhecemos

no táxi de volta e agora tangenciando a avenida 7,

escolhemos vir pela centenário,

sós, eu e maycira tínhamos pouca chances numa aposta via bus e carlos gomes

no táxi, outra história, ciganos e subúrbio, simões filhos

no triller filhos de ciganos

e eu cá

em desgosto e desmonte, sem glamour nem palmas festivas

só um carrinho velho empurrando lata e dinheiro pouco,

e agora será? o trailler do filme ou a avenida 7 mesmo, razão da tangencia e do perigo

um anão protetor e doente cutuca meu incômodo e eu os convido para este flagrante....

é OUTRA OUTRA coisa.....

brabeira mesmo


LINK DO TRAILER:

http://mais.uol.com.br/view/a56q6zv70hwb/trailer-do-filme-khamsa-04023464D0B93366?types=A&


sexta-feira, 28 de maio de 2010