terça-feira, 25 de maio de 2010

para "desplantar" coletivamente...


o projeto DESPLANTE vem de um desejo meu como bailaora flamenca, performer e mestranda em dança pela UFBA em “esgarçar” as fronteiras do flamenco, em deslocá-lo dos moldes tradicionais de percepção, em investigar diferentes corporalidades a partir de sua estética e dos contextos de suas práticas culturais, propondo um cruzamento entre flamenco, dança contemporânea, performance, butô, artes visuais...

para isso, convidei dois performers - Isaura tupiniquim e Tiago Ribeiro – profissionais da dança contemporânea e da performance, com formação em dança pela UFBA - e que não são dançarinos de flamenco - para investigarmos juntos alguns princípios do flamenco, bem como suas diferentes condições de ocorrência, de maneira que as associações que fazemos extrapolem o próprio limite do que venha a ser considerado flamenco, dando espaço a produção de subjetividades e traduções singulares.

interessada pelo trânsito entre dança, performance e artes plásticas, convidei também três artistas do campo das artes visuais, da música experimental, do urbanismo e da arquitetura: a designer, urbanista e artista plástica Cacá Fonseca, o arquiteto e urbanista Pedro Britto e o músico Mateus Dantas – que também não é um músico de flamenco, mas interessa-se pela música experimental, pelos experimentos de Walter Smetak e pela composição musical em tempo real na relação entre som e objetos. para contribuir nessa “depuração” flamenca, convidei também o cubano Miguel Alonso, bailaor flamenco que vive no Brasil(SP), “maestro” que me apresentou o flamenco lá nas Minas Gerais... na iluminação, convidei Miliane Mattos, e na produção, Paula Carneiro - ambas profissionais da dança, que com seus olhares sensíveis também vem atuando de modo colaborativo neste projeto.

situados exatamente nos limites das fronteiras culturais, batemos tudo no liquidificador e estamos num processo de “chacoalhar”, “triturar”, “socar”, “esmiuçar”, “esmigalhar”, “coar”, “coalhar”, “filtrar”, “fritar”, “depurar” nossos diferentes “flamencos” – se é que podemos manter esse nome num trabalho tão experimental como esse... esperamos que esse blog seja um canal de escoamento, troca, agenciamento, partilha, fomento das informações desse processo de investigação em dança e de futuros outros que dele poderão se alimentar. “olé”!

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