segunda-feira, 28 de junho de 2010

. “dancei como manda o figurino”, mas minhas inquietações não acabaram.


cacá, sua observação crítica/poética na postagem anterior, a respeito do meu “show" de flamenco no Instituto Cervante no dia da comemoração do idioma espanhol foi bastante instigante para mim. há um ano e meio eu não me permitia dançar mais flamenco do modo tradicional, como ele é feito... confesso q andava (e ainda ando) meio em crise com essa história.. talvez pela excessiva contaminação pela amplitude de liberdade de criação da dança contemporânea, as questões do mestrado, a arte contemporânea, a arte e a filosofia, a dança e a performatividade, e a política, e a estética, e os estudos pós-colonialistas.. etc, etc, e tal, e tal, e tal...

mas confesso que simplesmente poder dançar como faz a tradição naquele contexto de festa espanhola me fez bem... - mesmo colocando a flor na cabeça, a saia, o sapato, o brinco grande, o "panuelo", a batom vermelho e toda a "parafernália flamenca" que muitas vezes me incomoda justamente pela questão do estereótipo e da simplificação da percepção do que venha a ser esse corpo flamenco por uma imagem padrão...

sinto que transito entre a estrangeiridade e a familiaridade dessa prática. “dancei como manda o figurino”, mas minhas inquietações não acabaram. por isso, destaco essa frase de seu texto:

"o disfarce virou legítimo sentido para aquele flamenco/São tantos (...)"

ela me traz várias questões como, por exemplo:

"como pode um disfarce se tornar legítimo?" não sei ainda explicar, mas compreendo. fica aqui esta questão para o nosso processo. penso que, definitivamente, não podemos ignorá-la. afinal, são tantos flamencos...

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